Divulgação
O filme parte de uma heterodoxa sessão de psicanálise entre a protagonista e o homem que a resgatou
Abordagem radical para o triângulo sexo-amor-sentimento, “Ninfomaníaca” se estrutura, segundo crítico Luiz Zanin Oricchio, “em uma não disfarçada, longa e heterodoxa sessão de psicanálise”, na qual a protagonista, já na maturidade, conta sua história ao homem que a encontrou desacordada e ferida no meio da rua. Pelo que consta, o volume 2 traz cenas (não simuladas, diga-se de passagem) ainda mais pesadas que as vistas anteriormente. Vale lembrar que a versão integral do filme possui quase 6h de duração, e que nas cópias que circulam no Brasil os trechos mais picantes (explícitos) foram amputados.
Sem pudores, e definindo-se como “uma pessoa má” ocupada apenas com o próprio prazer, Joe narra sua vida sexual desde a perda da virgindade às experiências mais esdrúxulas de seu bizarro cotidiano erótico.
Independente da estética recortada em capítulos, que aceita interferências de elementos gráficos distintos, adotada por Lars Von Trier, diretor dos também extravagantes “Anticristo”, “Melancolia” e “Dogville”, “Ninfomaníaca” busca o choque do pensamento e a reflexão, a partir de um cinema inquieto feito de extremos.
“Lavagem de pônei”
A estreia de “Ninfomaníaca volume 2” em Natal levanta outra questão, bem distante dos prazeres da carne: por que, afinal, a segunda parte do filme entra em cartaz no circuito comercial? O mesmo circuito que ignorou solenemente a primeira metade do filme de Lars Von Trier no final de janeiro. A resposta é óbvia: interesses econômicos, visto que as seis sessões exibidas pelo Cine Cult (duas por semana) foram lotadas, contabilizando quase 1,8 mil espectadores.
“Se um filme mostrando a lavagem de um pônei no sábado à tarde em Ponta Negra der dinheiro, eles estão dentro!”, aposta Roberto Nunes, idealizador da sessão Cine Cult. “As redes que irão exibir o Volume 2 deveriam pagar uma ‘caixinha’ para o Cine Cult, que exibiu a parte 1 do filme e mostrou que há público para esse tipo de produção em Natal”, desabafa Nunes. Cinemark, que reserva duas sessões semanais para o projeto Cine Cult, terá uma sessão diária, enquanto a rede Cinépolis traz dois horários.
No perfil mantido pelo Cine Cult Natal no Facebook, o produtor critica em tom de ironia: “Era uma vez um filme, que diziam que atentava contra a moral e os bons costumes. Os cinemas locais não programaram e aí chegou um tal de Cine Cult e trouxe, divulgou bastante, e 1,8 mil pessoas foram assistir o filme. Aí tinha uma segunda parte (…) O Cine Cult Natal espera que aquele mesmo público compareça nos dias 17 e 18 às 19h40, e depois nos dias 24 e 25 e 31/03 e 02/04”, comentou. Matéria completa AQUI
0 comentários:
Postar um comentário